quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O Livro: Crônicas do Urso (24)

Urso ~~ Capítulo 17 ~~ Nova casa ( PARTE 1 )

O Urso desembarcou na capital do estado. Com um suspiro, foi até a rodoviária. De repente queria encurtar tanto sua chegada que faria toda a viagem de novo pelo país. Mas tinha chegado a hora. Porém quando pediu uma passagem para a cidade, de nome Guaporé, que ficava próxima do seu local de trabalho, foi olhado por todos com enorme susto.
"Você vai para lá?", "Tem mesmo certeza disso?", "Que coragem!", essas foram algumas expressões ouvidas pelo Urso pelo pessoal que ali estava. Além de alguns que diziam tem se aventurado naquelas terras e contavam façanhas. Façanhas incríveis num lugar incrível.
"Não tem como isso acontecer..." , pensou o Urso depois de ouvir de um cara que ele havia galopado num touro voador, "... Isso deve ser loucura, afinal existe coisas impossíveis até mesmo nesse mundo e..." Olhou para seus fantasmas e abandonou esses pensamentos. Fantasmas esses, que vale a pena dizer, apesar de parecerem quietos, estavam sempre perturbando ou falando coisas. Não paravam nunca!
Enfim, o Urso pegou o ônibus em direção a cidade. Conforme as paradas foram acontecendo, ele percebeu que os seres iam descendo cada vez mais. Até sobrar apenas ele e o motorista.
- Eles devem estar loucos. Nenhum lugar pode ser tão incrível e amedrontar tanto assim. - Falou para si mesmo.
Foi então que ele viu aquilo. Achou primeiro que era ilusão. Mas quando o ônibus parou no lado de fora da cidade,  e ele tocou com as próprias mãos, ele quase caiu para trás. "Mas afinal, que lugar é esse?!" 
Havia uma enorme redoma de vidro cobrindo a cidade inteira. A cidade não era grande, era pequena. Isso fazia com que fosse possível tal construção. O Urso ficou parado um tempo, tentando ainda entender aquilo. Maravilhado, ele foi parado por alguém, que parecia um mendigo. 
- Uma esmola para um pobre coitado por favor... - Falou aquele ser, sem mostrar o rosto. 
O Urso tirou sua carteira, e foi ajudar o mendigo, mas seu sentido de Killer apitou e ele conseguiu se esquivar da tentativa de roubo do ser. Era um elfo negro das florestas. E aparentava estar muito bem de saúde. Quando viu que sua tentativa foi falha, ele deu um meio sorriso, se afastou um pouco, olhou para o céu, sorriu com muito mais gosto, levantou uma mão e foi pego por outro elfo, de uma raça diferente, numa espécie de skate flutuante. Já no ar, ele fez uma careta como se zombasse do Urso e deu uma incrível gargalhada. O Urso estava pronto para xingar, não fosse o que viu no céu além disso tudo. No céu estavam, batendo asas e tudo, vacas e touros. Isso mesmo, haviam vacas voadoras naquele lugar! O Urso, depois de ficar um tempo admirando, teve que se esquivar rapidamente. Uma delas havia defecado quase que acima dele, e uma pancada daquelas "coisas" não seria muito agradável. 
- Deve ser por isso que criaram essa redoma de vidro. - Disse um dos fantasmas.
- Ahhh! - Gritou o Urso - Puxa vida, será que dá para parar com isso?
- Que foi? Você já devia ter se acostumado...
Nisso o telefone do Urso tocou. Ele atendeu, e uma voz falou rapidamente:
- Pois bem, vejo que você chegou na cidade. Bem, seu celular tem as coordenadas de onde fica a entrada da base. Quando chegares lá, aguarde por instruções.
E desligou.
O Urso deu um suspiro. Mas estava maravilhado com aquele lugar, apesar de tudo. Olhou para as coordenadas, e viu que a entrada estava dentro de uma floresta que cercava todo o lugar. E ela não parecia nada acolhedora.
- Bem, tá na hora de a gente ir. - Falou o Urso, mas logo percebeu que estava sozinho novamente. Suspirou novamente.
Enquanto o Urso se encaminhava pela floresta como um turista perdido, o céu ia escurecendo e começava a surgir olhos sanguinários que o fitavam enquanto ele ia floresta adentro.
(FIM DA PRIMEIRA PARTE)
(CONTINUA...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário